domingo, 22 de agosto de 2010

Quando o trajeto do ônibus faz chorar

Em São Paulo os trajetos de ônibus levam às lágrimas por motivos de infinito sofrimento. Aqui as lágrimas surgem por motivos de infinita beleza. Existem dois modos de realizar o trecho de casa até a Universidade. Um deles, pelo Centro, aparenta ser mais rápido; o outro, pela Lagoa da Conceição, aparenta beleza.
O trecho é feito em duas partes: Rio Tavares até o terminal da Lagoa e Terminal da Lagoa até Universidade. O primeiro passa por uma estrada repleto de casinhas de madeira encantadoras e trechos de mata fechada (pelo menos para os meus padrões de mata fechada) e o segundo desce o morro que separa os bairros.
É nessa descida, quando a vista abrange toda a Lagoa, o pedacinho do oceano e as dunas da Joaquina, que me escapam as lágrimas.
Dia e noite: meu corpo não controla a reação pela invasão da imagem.
É a forma do corpo de lidar com a beleza que suspende a respiração: ele transborda.

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